História da Cutelaria
- Dk_ cutelaria
- 26 de fev. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 6 de mai. de 2024

Desde que o homem se conhece por gente, ele tem a necessidade de se proteger, se alimentar e realizar tarefas do cotidiano, como artesanatos, cozinhar, cortar cabelos, barbas, produção de materiais diversos, e assim por diante. E é aqui que a história da cutelaria está extremamente ligada à história da humanidade.
Por isso, hoje trazemos até vocês um pouco mais da história desse ofício tão curioso e antigo. Bora conhecer mais da história da cutelaria conosco?
Os Primórdios da Cutelaria
Ainda na idade da pedra, os primeiros instrumentos cortantes começaram a surgir. Eram utilizados pedaços de pedras lascadas com pontas afiadas, ossos, chifres e madeiras para a fabricação de ferramentas rudimentares, para a caça, alimentação, raspando e cortando alimentos e também proteção.
Com o passar do tempo, com o domínio do fogo, com o descobrimento do cobre, por volta de 7.000 anos atrás, e com o desenvolvimento de técnicas de metalurgia, teve início a criação de lâminas de metal mais resistentes, começando assim o ofício da cutelaria. Foi nesse período, na Idade do Bronze, que as primeiras facas de dois gumes (duas partes cortantes) foram feitas. O material usado era o cobre ou bronze, metais mais maleáveis do que o ferro.
Mesmo com a utilização do fogo, com suas ferramentas sendo moldadas e feitas em metal maleável, as facas ainda eram rudimentares e pouco eficientes. Foi apenas com a descoberta do ferro, que a cutelaria teve seus moldes tradicionais estabelecidos. A partir de então, a revolução humana teve um salto e um progresso gigantesco.
Na idade do ferro as facas passaram de instrumentos metálicos sem muita eficiência, a instrumentos resistentes, mais afiados e de dureza maior. Os artesãos, conhecidos como ferreiros, começaram a utilizar diferentes técnicas de forjamento e têmpera, permitindo a criação de lâminas mais sofisticadas. A partir daí, as facas passaram a ter um papel importante na sociedade, estando presentes em rituais e cerimônias religiosas, além de serem usadas em suas funções tradicionais, como em batalhas, caçadas e alimentação.

Cutelaria na Idade Média
Neste período, a Europa ficou conhecida como um centro de produção de espadas, facas e armas de lâmina, tamanhos e pesos, além de serem produzidas com os mais variados designs. Por serem uma parte essencial do equipamento de combate dos guerreiros medievais, a qualidade de uma espada era essencial, por isso, eram forjadas com técnicas cuidadosas, garantindo a qualidade, a dureza, flexibilidade e afiação.
Assim, durante a Idade Média, a cutelaria viu o seu ofício tornar-se cada vez mais especializado. Foi aqui, que os ferreiros começaram a produzir facas, espadas e armas em grande quantidade e com técnicas mais refinadas. As espadas, facas, adagas e armas eram afiados ao máximo, mantendo, mesmo assim, a estabilidade. Essa resistência permitia a criação de facas e armamento que poderiam ser usados em diversos cenários, como em caça ou em uma guerra.
Dominar a arte cuteleira nesse período significava poder, especialmente em grandes civilizações, ademais, armamento, escudos, armaduras, ferraduras para cavalos, tudo era produzido por cuteleiros e essenciais para os grandes exércitos e suas batalhas.

Cutelaria e Revolução Industrial
Até a Revolução Industrial, todas as lâminas eram confeccionadas por artesãos, em processos lentos e cuidadosamente elaborados. Com o novo modelo de produção e comercialização, ocorreu a aceleração da fabricação de facas, em especial para pessoas comuns, conhecidas também como talheres.
Na idade média, as facas foram introduzidas no ambiente familiar dos nobres, fazendo parte de uma cena comum, o momento da refeição. Com a descoberta do aço inoxidável, e da produção em massa durante a Revolução Industrial, houve uma queda do valor do produto final e um aumento na qualidade dos talheres, permitindo com que toda a população tivesse acesso a esses itens.
Este período marcou o ofício cuteleiro, trazendo uma aceleração na produção e barateando custos. Assim, possibilitou a fabricação de lâminas cada vez mais duráveis, ou seja, mais resistentes à corrosão, ferrugem, mais higiênicas e acessíveis em maior escala.

Cutelaria Moderna
No século XX, a cutelaria fez a transição para o artesanato. Com a fabricação em larga escala criada na Revolução Industrial, cada vez mais consumidores e colecionadores, buscavam facas e artefatos personalizados. Claro que a tecnologia é uma super aliada atualmente, facilitando o trabalho dos cuteleiros, que mesmo sendo considerados artesãos usufruem de diversas ferramentas e técnicas avançadas mesclando usabilidade e designs cada vez mais inovadores a cada peça produzida.
Hoje em dia, os principais itens buscados pelos apreciadores da cutelaria, são facas de pesca, de cozinha personalizadas e de churrasco. Cada peça atende às necessidades do consumidor moderno, podendo até serem artigos de coleção. Além da beleza, as facas modernas trazem durabilidade e tecnologia, sendo beneficiadas por materiais cada vez mais resistentes como aço inox, titânio, aço carbono, etc. Cuteleiros habilidosos criam dessa mescla tecnológica, peças únicas que são verdadeiras obras de arte.
O ofício da cutelaria acompanha de perto a humanidade desde artefatos simples e rudimentares, até peças artísticas de alto valor comercial, personalizadas e verdadeiras joias, que encontramos nos dias atuais, a cutelaria se mostra cada dia mais fundamental em nossa sociedade. Comprovando que, mesmo com suas funções sendo modificadas ao longo dos anos, as facas ainda desempenham um papel essencial ao redor do mundo.
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Por: Priscila Pieper Kuster
Revisão Técnica: Douglas Kuster
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